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Foto do escritorAristides Barros

Colônia de Pescadores Z-23 intensifica ações para melhorar a assistência aos associados e a atividade pesqueira em Bertioga

Trabalho positiva liderança do atual presidente no esforço de reerguer a entidade e fortalecer a categoria, cuja produção de pesca chega a R$ 2,5 milhões ao ano 


Por Aristides Barros  


A frente dos trabalhos, Kally faz que a Colônia seja mais produtiva e mais próxima dos pescadores


A Colônia de Pescadores de Bertioga Z-23 deixou o anonimato e o imobilismo desde que o pescador profissional Kally Molinero, 48 anos, assumiu a presidência da entidade, para um mandato de quatro anos, sendo que ele já está há um ano e quatro meses à frente do cargo.


Sua contribuição com os pescadores começou antes de chegar ao comando da entidade. Em 2015, representando a categoria conseguiu aos profissionais da pesca de Bertioga o direito de receber o salário mínimo paulista, que é R$ 1.640,00. “A Colônia não agia, assumi essa responsabilidade: fui lá e consegui”.


Ainda à época, a atuação de Kally foi decisiva ao brigar para a Colônia constar entre as comunidades pesqueiras a serem beneficiadas no Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assinado pela Ultracargo visando “cobrir” prejuízos relacionados ao incêndio na empresa, no bairro Alemoa, em Santos.


“Insisti bastante porque sabia que os pescadores de Bertioga seriam afetados com os impactos daquele desastre ambiental, e conseguimos entrar no TAC”, disse o presidente. 


Ele citou a boa participação do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema-Baixada Santista) na luta vitoriosa dos pescadores.


O incêndio ocorrido em 2015, em Santos, e suas consequências foi destaque no Portal de Notícias G1 veja em: 




Com sua inclusão, a Colônia Z-23 foi beneficiada com uma verba volumosa que será usada em um projeto que prevê a construção de um estaleiro, píer, galpão e uma fábrica de gelo. 


O aparato vai melhorar o trabalho dos pescadores que ressentem a falta valorização e reconhecimento da cidade a eles, que arriscam a vida no mar para trazer o alimento que é servido à mesa de muitas famílias. 


O projeto já tem local previsto para ser construído. “Na Praça Pôr do Sol, na ‘curva do Rio Itapanhaú’ bem próximo ao Hospital de Bertioga”, apontou. O dinheiro conseguido está sob a guarda do Ministério Público de São Paulo (MP-SP). 


“Quando conseguirmos o terreno para o projeto o MP libera o dinheiro para a construção. Estamos aguardando a Prefeitura de Bertioga se manifestar sobre essa tratativa”, informou Kally.   


A revelação respondeu ao questionamento sobre onde está o dinheiro e se ainda está intacto, após passar todo esse tempo da sua obtenção. “Ninguém mexe”, detalhou apontando seriedade, transparência e movimentos honestos.


Esse jeito de conduzir o trabalho dá credibilidade à nova fase da Colônia dos Pescadores de Bertioga, desde que Kally chegou à presidência. “A chapa concorrente foi impugnada por irregularidades na apresentação de documentos, e fiquei sem ter adversários. Mas, se a eleição acontecesse eu sabia que iria ganhar, tinha o apoio de toda a categoria”, falou.


Sob nova direção Colônia vai de vento em popa 


Sede da entidade tem movimento intenso e atendimentos interno e externo não param 


O novo ritmo de trabalho ocasionou um salto considerável de associados. “Quando entrei a Colônia tinha 116 e hoje estamos com 780 associados. Aumentar a participação é ótimo para a Colônia, com ela fortalecida a gente ganha mais peso nos projetos que estamos defendendo”, assinalou o presidente.


Indagado sobre as lutas atuais da entidade, Kally respondeu que são muitas, todas visando boas condições de trabalho da categoria. Entre elas estão a construção do espaço dos pescadores na Praça Pôr do Sol e a volta do Camarão na Moranga.


Esse era um dos eventos tradicionais de Bertioga e estava sob a responsabilidade da Colônia dos Pescadores. Porém, a administração anterior da entidade “perdeu a tradição” e a festa “desapareceu” do Calendário de Eventos de Bertioga.  


Devolver credibilidade à Colônia, buscar e promover cursos visando melhorar o desempenho da profissão e, ir pagando dívidas deixadas pela gestão anterior, também estão na pauta do atual presidente. 


“Somos presença forte na cidade e precisamos ‘acabar’ com a ideia de que aqui não tem pescadores. Estamos em Bertioga desde que ela existe, e os que vieram depois não podem nos ‘apagar’ a nossa história”, alfinetou. 


No desabafo vem a expectativa de que o prefeito eleito de Bertioga, Marcelo Villares, saiba a importância econômica da atividade pesqueira no município e, com isso, receba a Colônia para ouvir e atender as reivindicações da categoria.


Kally e Edvaldo em Brasília para levar reividicações dos pescadores de Bertioga


Numa forma de “quebrar o silêncio” da classe política de Bertioga nos problemas dos pescadores locais, Kally fez duas viagens a Brasília para, juntos, a representantes do governo federal saber de políticas públicas voltadas à atividade pesqueira.


“Acompanhei o Edivaldo Soares nessas viagens, lá a gente tem facilidade de acesso aos políticos que são ligados à atividade da pesca. E dá pra ver que o governo federal tem muito apreço pelos pescadores”, falou. 


Destaca-se que Edvaldo Soares é o presidente da Confederação Nacional de Pescadores e Aquicultores (CNPA), que tem ajudado Kally em assuntos que necessitam ser discutidos com órgãos estadual e federal. 


Atividade pesqueira pontua forte na economia de Bertioga


Produção de pescados gera renda alta para a cidade


Para mostrar a relevância dos pescadores na economia municipal, o presidente da Colônia pediu um relatório de pesagem e valores da atividade pesqueira em Bertioga. 


O pedido foi feito ao Instituto da Pesca - órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (SAA). O instituto trouxe os números correspondentes de janeiro de 2016 a setembro de 2024.  


De janeiro de 2016 a setembro de 2024 a produção do pescadores Bertioga totalizou uma produção de 2.292 toneladas de pescado, com um valor de primeira comercialização (preço ao produtor) estimado em R$ 25,6 milhões. 


Ainda segundo o Instituto, Bertioga tem um importante atividade pesqueira artesanal que tem produzido, nos últimos anos, cerca de 270 mil quilogramas de pescado e gerado uma renda bruta de aproximadamente R$ 2,5 milhões ao ano. 


De posse desses números, Kally espera que diferente do atual prefeito que vai sair do cargo, o prefeito eleito Marcelo Vilares tenha bons olhos para ver que a cidade tem pescadores e que nos últimos anos a categoria foi deixada de lado, com seus problemas e preocupações não fazendo parte dos temas importantes da cidade.


“Não tenho nada contra o que vai sair e reconheço que ele fez um bom trabalho para Bertioga, mas para nós - pescadores - não tenho nada para apontar o que ele fez de bom”, lamentou.


Quem é o presidente da Colônia de Pescadores


Herdeiro de três gerações de pescadores - bisavô, avô e o pai - Kally é a quarta geração e os seus filhos Lucas e Nicolas, já inauguraram a quinta geração. “Minha vida toda foi e é de pescador. A primeira vez que entrei num barco foi com meu pai, eu tinha quatro anos e desde então vivo do que ganho com o mar”, contou.


“A vida do pescador é difícil no mar e em terra firme. A gente dá um duro danado para sustentar nossas famílias. Tudo é muito difícil e sem uma boa retaguarda com gente preocupada de verdade em apoiar aí o que já é difícil piora”, afirma para depois completar.  


“Temos a nossa Colônia que é a voz dos pescadores. A história de trabalho dela vai ser dividida em duas fases. Antes e depois da minha gestão estou procurando sempre o melhor pela nossa profissão, porque eu vivo dela. Tenho muito orgulho de ser pescador”.


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