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A estrela solitária que paira sobre o céu de Itaquá tem de descer

A vitória petista em Itaquá (Lula, Haddad, França) pode ser repetida pelo PT de Itaquá


Aristides Barros


Haddad durante visita a um movimento de ocupação em Itaquá (Foto: Diogo Zacarias)


Em Itaquaquecetuba, a vitória do PT nas eleições majoritárias deixa aos dirigentes, lideranças e a militância petista da cidade a obrigação de não “fazer feio” nas eleições municipais de 2024.


O eleitor itaquaquecetubense fez bonito para o PT de Itaquá ao dar vitória em efeito cascata ao partido, elegendo o seu líder maior. No arrasto petista venceram Lula mais o candidato do partido ao governo paulista Haddad e o candidato a senador pesebista, apoiado pelo PT, Márcio França. Haddad e França não obtiveram êxito no pleito mas foram alçados a posições no governo federal. O primeiro ministro da Fazenda e o segundo ministro de Portos e Aeroportos.


Destaca-se a visita que o então candidato a governador de São Paulo, e hoje ministro da Fazenda fez em Itaquá, quando Haddad esteve na ocupação “Cida Rodrigues” conversando com os ocupantes do prédio abandonado de uma fábrica, desativada há anos.


A ação praticada por famílias sem teto revela um dos muitos graves problemas da cidade, também pontuado na questão habitacional, onde a falta de moradias é gritante. A presença de Haddad ajudou a esquerda a hastear a bandeira da vitória em Itaquá deixando a extrema direita de cócoras. A vitória teve gosto de derrota ao prefeito da cidade, Eduardo Boigues (PP), assumidamente bolsonarista.


Boigues que pode tentar se manter no cargo no próximo pleito já sabe que o discurso terá de ser outro, até de possível desvinculação ao nome do ex-presidente, porque parte considerável do eleitorado itaquaquecetubense mostrou nas urnas que não quer aproximação a algo ou a qualquer coisa que tenha o odor bolsonarista.


A vitória lulista sobre a extrema direita é boa para o PT de Itaquá, mas não é suficiente para a sigla já vislumbrar o mesmo sucesso do líder. Lula, na altura dos seus 70 anos, atrás das grades trabalhou muito de dentro da cadeia - óbvio que teve muita ajuda -,para sair de lá e logo ficar à frente do comando do país.


A vitória colossal intensamente trabalhada dentro e fora do cárcere pode virar motivo de constrangimento ao PT de Itaquá caso não encontre, e trace, estratégias para angariar a mesma simpatia do mesmo eleitorado itaquaquecetubense que votou maciçamente no seu líder.

A vitória petista em Itaquá (Lula, Haddad, França) pode de ser repetida pelo PT de Itaquá que tem, e precisa, conversar e convencer o eleitor itaquaquecetubense de que o Lula e o PT são inseparáveis, portanto “o que dá a um se dá ao outro”.


O Partido dos Trabalhadores de Itaquá tem que trabalhar exaustivamente e a sua organização se reaproximar das bases porque encurtar a distância dela vai ser fundamental para um confronto político já, pretensamente, vitorioso em 2024. Nas bases, está o povo que elegeu Lula, e sem o povo não existe vitória, porque é por ele que a luta é justificada.


No campo da luta, ao menos esse fator positivo gravado nos resultados das eleições de 2022 é uma soma vitoriosa. Vitória dada como resposta às contínuas derrotas das condições de precariedade da população itaquaquecetubense, extremamente carente e que sofre a falta de cuidados nos serviços de saneamento básico, saúde, educação, transporte, moradia e outras ações vitais as boas práticas do exercício pleno de cidadania.


Cidadania e direitos humanos são as constantes pregação da esquerda, sempre atenta a reivindicações justas que incomodam os ouvidos insensíveis da extrema direita que ganhou espaço assustador nos últimos quatro anos. A luta continua e a estrela solitária tem de descer para o front de batalha.

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